GÊMEOS

O meu mais intenso

E apaixonado amante

Marca presença

Constante

Sempre no batente

Vive todo contente

Saliente

Não há no meu corpo

E nem na alma

Parte que não conheça

Ou invada

Posse total

Dominador amante

Sai minando resistências

Sujeito itinerante

Me bate no rosto

Deseja apertar minhas pernas

Pra me ver no chão

Feito cobra

A seus pés rastejar

Ele é ciumento e inconstante

Infiel e torturante

Dono de si e arrogante

Airoso e jovem a cada instante

Músculos definidos

Em tudo possante

Namorado de todas

Don Juan, galante

E eu sempre por ele apaixonada

Ele irá embora de mim

Quando bem entender

Quem sabe, na alvorada, pela tarde ou ao anoitecer

Quando surja no céu a lua

Bela e nua

Sem um beijo e sem adeus

Meu Deus, por que me deixas assim louca

Por este amante

Por que me deixas seguir ignorante

Este moço cujo nome é Tempo

Irmão gêmeo do vento

***

BELL RODRIGUES, minha colega (porque pertencemos à área da Educação e porque publicamos neste site), BELL, amiga (porque esta simbiose de que fala e também confirmo) dizem claramente dasdoces peripécias e encantos da Poesia. Ela tanto encanta quanto une poetas em seus braços de imagens, inspiração e beleza.

BEEL, somos a comprovação viva dessa atividade que desenvolve o ser transcendental Poesia. O fazer poético nos alegra e enobrece. Sinto muita emoção e carinho em participar desses momentos de grandeza do ser humano. Considero-me privilegiada pelo evento colorido que nos proporcionou este encontro. E como é divino que tenhamos tratado do mesmo tema, uma sem saber da outra o que fazia e em que momento isto ocorreu e tão distantes geograficamente uma da outra. Para a Poesia a distância é uma ilustre desconhecida. Quanto orgulho literário de estar nestas página com você, BELL:

Tânia acho que a gente anda tendo simbioses, ontem escrevi sobre o tempo, olha:

"O tempo anda tão depressa, aliás anda não...corre, corre não voa/ Ele é tão desesperado que em poucas palavras já se transformou em três bichos/ Bicho homem, bicho leopardo, bicho pássaro/Ô tempo, para que eu quero descer! Eu preciso eu careço, eu padeço/ Para, só mais um tempinho, você para?/ Daí eu leio mil, escrevo cem e reviso tudo/ Se você deixar eu descer eu juro que subo de novo e deixo você andar/ Aliás andar não...correr, correr não... voar/ Bicho desesperado esse bicho homem, desesperado e besta/ Ainda não percebeu que o tempo não, o tempo não, o tempo não para!/ Não adianta ficar aí... puxando a cordinha!"