A morte me assusta
O medo da morte pesa sobre mim
como fosse uma bigorna em queda livre
a se jogar do alto de um prédio.
Subitamente meus nervos paralisam
e quedo, angustiado, pelos cantos
o pavor e a sordidez da frieza que
me causa a insanidade desse pensamento.
Se minhas mãos, que foram feitas para
a rudeza do trabalho, ficam tremulas,
meu corpo que é grande e forte desfalece
em dormência e desanimo, meus olhos sagazes
de águia, vivos como o sol, perdem o foco
natural da visão, minha alma férrea errante
esmorece e se encolhe distante,
Que dirá meu coração que é tão pobre,
e quase não pulsa esperança; Que tanto
sofre, a pouca custa, amargura e agonia
que de tão fundas mais parecem infindas.
Em suma: A morte é a única certeza absoluta.
E, por mais que andemos lado a lado toda vida,
Toda vez que penso nela, muito embora não diga
Esse momento, deveras, me assusta...