A morte me assusta

O medo da morte pesa sobre mim

como fosse uma bigorna em queda livre

a se jogar do alto de um prédio.

Subitamente meus nervos paralisam

e quedo, angustiado, pelos cantos

o pavor e a sordidez da frieza que

me causa a insanidade desse pensamento.

Se minhas mãos, que foram feitas para

a rudeza do trabalho, ficam tremulas,

meu corpo que é grande e forte desfalece

em dormência e desanimo, meus olhos sagazes

de águia, vivos como o sol, perdem o foco

natural da visão, minha alma férrea errante

esmorece e se encolhe distante,

Que dirá meu coração que é tão pobre,

e quase não pulsa esperança; Que tanto

sofre, a pouca custa, amargura e agonia

que de tão fundas mais parecem infindas.

Em suma: A morte é a única certeza absoluta.

E, por mais que andemos lado a lado toda vida,

Toda vez que penso nela, muito embora não diga

Esse momento, deveras, me assusta...

cristovam melo
Enviado por cristovam melo em 22/07/2010
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