Oito Anos.
Inquietude era nada perto do arregaço
Que meu corpo sofria, ardia a alma
E eu ali, estátua
Ouvindo teu riso de encanto
Com os pingos da chuva
Polvilhando os vidros da janela.
Mas algo, que não recordo
A fez sai do quarto logo após
Beijar o frio obstáculo
Deixando desenhado tua boca.
Não hesitei...
De bate-pronto subi na banqueta
E colei meus lábios nos teus...
O vidro, a chuva, a sensação roubo
Testemunharam meu primeiro beijo.
De lá para cá, tantas bocas
Mas teus lábios de vidro
Deixado naquela janela
Fez deste o beijo mais inesquecível
Dos meus bem vividos oito anos.