Passos no jardim
No átrio vivencio você em partida,
Não olha ao menos para trás,
Segue com passo tenaz
Sem nenhum remorso, a conter a ida.
Flagelos desprendem-se a cada passo,
Sua imagem a diminuir, me esfola.
Enquanto se afasta remoça...
Em mim soçobram pedaços.
Passa pelo jardim que cultivamos,
Sem olhar ao menos as flores
Se fecharem lembrando-se de noites.
Nas quais em meio delas amamos...
Sua imagem se vai com ao fim do jardim
E eu a conter fortemente o pranto
Com o som do portão, entretanto...
Conto uma, duas... Lágrimas enfim.
Rio de Janeiro, 1 de fevereiro de 2010.