CONSUMIÇÃO
Eu ouço a tua voz
Parece que vem de cascata
Transparente
Eu bebo a tua voz
Até embriagar-me
De teus sentidos
Estou dormente
A tua voz é o vento bravio
Sobre as ondas
A brisa solta
Desse som estou envolta
Ciciando grilos
Orquestrando cigarras
Eu avisto a tua voz vir
E voltear por sobre minúsculas flores
Florezinhas insignificantes
Nas pedras queimadas de verão
Mas chove em minhas mãos
A tua voz me denuncia
Me consome
Uma voz repetindo o meu nome
E a deixo ir
E fico de ti com sede
E com fome