Na penumbra.

Ouvi a aurora aproximar-se,

no canto do galo.

A manhã nasceu, no aboio

do vaqueiro.

Nas azas brancas das garças.

As sombras se desmancharam.

No canto do curiango,

a madrugada pendeu.

O dia surgiu.

No curral vage o bezerro.

Entre as montanhas o sol,

Dourado,

um camafeu.

Vai desfazendo os orvalhos

que a madrugada chorou.

Contas de luz penduradas.

Na teia que a aranha teceu.

Nas penumbras deste quarto.

Um sonho que não morreu.

No meu coração teu encanto.

Nesta cama, tu e eu.

2003 Imigração.

Hermes Brasil
Enviado por Hermes Brasil em 21/07/2010
Código do texto: T2391608