A ilha que somos

Na ilha que somos, habitada por visíveis e invisíveis,

às vezes o horizonte fica claro e de uma serenidade imensa.

Dizem-se palavras portadoras de sentido.

Da terra germinam flores e raízes.

No ar flutuam milagres.

Na doçura da paz, sentimo-nos livres.

Com a suavidade de quem viajou aos infernos

e percebe da sua alma até às entranhas obscuras.

E também viu o delicado tom dos paraísos e aceitou que assim é.

Cada um é. Inteiro.

E saibamos que basta e bastar-nos.

Na ilha que somos, arquipélagos tecemos.

Espelhamos.

Construímos.