Tela em preto e branco
Vesperal outono
Pretensa primavera
Jardim suspenso
No meu universo de espera
Ar gélido a queimar-me a derme
Sem você...
E teu abraço que me aquece... Aqueceu
Minha brisa mais que suave,
E ao mesmo tempo
Meu vento de tempestade...
Paradoxo de minha existência
Meu motivo, minha carência...
Sem você...
Difícil existir meu sonho
Meu sentido, meu vínculo com a cor
Meu sexo, meu homem... Meu instante de amor
Sem você...
Sem viagem
Sem teu rosto iluminado de desejo
A transformar-me o corpo num porto seguro
Onde ancora teu barco a deriva.
Sem você...
Até a solidão não tem sentido
Pois tua imagem não me abandona
E meu olhar segue aflito
Em busca de te ver...
Sem você...
As sensações de entrega não vêem
E o despertar da paixão já não me domina o corpo
Sinto falta de teu cavalgar em mim
De o teu derramar desejo nas minhas entranhas mornas...
Que te dão passagem
Pois só assim sigo viagem ao delírio,
A vertigem
Ao paraíso...
O meu jardim tão sem cor
Inverno eterno... Sem você