Ode ao egoísmo

As sementes infrutíferas apodrecem sob nossos pés,

Mas ainda ouço as preces regadas à esperança,

Ainda vejo as mãos secas e trêmulas que ao seu modo,

Suplica aos céus, ignorando o solo.

Nosso gado é fraco, e tão doente quanto as almas,

Que condenamos por não estarem em nossas casas.

A terra pútrida fede a rancor, e me faz pensar no amor,

Que em tempos passados pude ter semeado.

Ode ao criador que nos deu o egoísmo,

Pois nele encontramos nossa santa semelhança,

Ode ao criador que nos trouxe esperança,

Pois com ela nos armamos, para a guerra de nossos filhos.

Aos irmãos que partilham deste antro de benevolências,

Farei a privação da experiência única,

Que é ver com olhos abertos como são reais,

Nossos campos mortos, que deixaremos á prole.