Inquietude
Hoje não quero ver minha imagem
Hoje, estou cansada deste rosto
Hoje, vou me libertar deste corpo
Este carma...
As luzes apagam-se uma após outra
Pessoas se trancam em casa e dormem
Sono, pequena morte de cada dia
Recompensa os cansados com suas vidas frias.
Não, hoje eu não quero dormir
Hoje, enganei minha dor
Hoje, apenas palavras vazias
Apenas idéias sem braços...
Hoje não quero ver minha imagem
Apenas esta vóz que não cessa
Apenas pensamentos que não param
Todas estas coisas sem sentido.
Não, hoje eu não quero dormir
Hoje, não preciso morrer
Hoje, aprendi a sorrir
Tirei da agonia o prazer.
Não vou rolar na cama sem motivo
Não vou monologar em frente ao espelho
Vou silenciar meu riso compulsivo
E guardar as lágrimas, para um novo pesadelo.