DESCENDO A SERRA DO MAR
O CHÃO TREPIDA.
HÁ OUTRO CHÃO ABAIXO DESSE.
TEMPO SEM VENTO – BARRADA A SUA CHEGADA ATÉ MIM.
VENTO VEM!
TALVEZ FUI EU QUE ERREI.
NÃO ENTENDI SEU GESTO:
UM TOQUE NA FACE E CORTEI SEU BRAÇO... (FECHEI A JANELA).
NÃO VEIO.
SUMIU NO ESCURO.
ABSORTA, OBSERVO AS COISAS PASSAREM
MENOS O PESAR DO VENTO.
ME ARREPENDO.
ESTÁ TARDE... MAS O TEMPO NÃO SABE DISSO.
ESTÁ LONGE... TAMBÉM NÃO SABE O QUE É DISTÂNCIA.
ESTÁ CALADO.
ESTÁ TRISTE?
COMPREENDO.
VENTO VEM!
TALVEZ EU O DEIXE TOCAR MEUS CABELOS PELA JANELA QUE QUEBREI.
NÃO ENTENDI SUA CONVERSA COM AS NUVENS... (PROTESTO!)
UM TOQUE DE ARTISTA E DA MÃO CANHOTA SURGE UM ÓLEO SOBRE TELA:
ESFERA BRANCA PRESA EM TECIDO AZUL
CONVITE DE ESTRELAS PARA UMA CEIA AO SUL
SORRIO E ELE ROUBA-ME UM BEIJO
GELO NO CÉU DA BOCA... E GOSTO DE ATUM.
ELENIZE 03 / 03 / 05