DESCENDO A SERRA DO MAR

O CHÃO TREPIDA.

HÁ OUTRO CHÃO ABAIXO DESSE.

TEMPO SEM VENTO – BARRADA A SUA CHEGADA ATÉ MIM.

VENTO VEM!

TALVEZ FUI EU QUE ERREI.

NÃO ENTENDI SEU GESTO:

UM TOQUE NA FACE E CORTEI SEU BRAÇO... (FECHEI A JANELA).

NÃO VEIO.

SUMIU NO ESCURO.

ABSORTA, OBSERVO AS COISAS PASSAREM

MENOS O PESAR DO VENTO.

ME ARREPENDO.

ESTÁ TARDE... MAS O TEMPO NÃO SABE DISSO.

ESTÁ LONGE... TAMBÉM NÃO SABE O QUE É DISTÂNCIA.

ESTÁ CALADO.

ESTÁ TRISTE?

COMPREENDO.

VENTO VEM!

TALVEZ EU O DEIXE TOCAR MEUS CABELOS PELA JANELA QUE QUEBREI.

NÃO ENTENDI SUA CONVERSA COM AS NUVENS... (PROTESTO!)

UM TOQUE DE ARTISTA E DA MÃO CANHOTA SURGE UM ÓLEO SOBRE TELA:

ESFERA BRANCA PRESA EM TECIDO AZUL

CONVITE DE ESTRELAS PARA UMA CEIA AO SUL

SORRIO E ELE ROUBA-ME UM BEIJO

GELO NO CÉU DA BOCA... E GOSTO DE ATUM.

ELENIZE 03 / 03 / 05

Izenetti
Enviado por Izenetti em 20/07/2010
Reeditado em 02/01/2013
Código do texto: T2389380
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