POETAS MALDITOS

Alta madrugada...de uma nuvem

Formava-se uma esfinge de BYRON

No campo santo MUSSET

Descansava sua dor

Do outro plano de modo avesso

POE com sua cruz da solidão

Feito chave tentava abrir

Do inferno todas as portas da aflição

SHELLEY com brasas nos olhos

Acendera um charuto

De aroma irresistível mas de fumaça proibida

KEATS parecia abrir o peito na escuridão

Mas o seu canto era rouco, sonoro trovão

Digitava na memória, bem no fundo da alma

Toda sua rima de sofrimentos

Numa página desmembrada de dor

Neste mesmo instante, ÁVARES DE AZEVEDO

Nas mãos versos da escritura que junto

Recitava também a LIRA DOS VINTE ANOS

De pé e pálido de febre sobre a sepultura

Entre um gole de absinto e rum

Não sabia estar sonhando nas trevas

Ou sentindo na pele a inédita brisa do firmamento

E do nada, mas das asas do mistério

Como se de um luar descesse

E a todos estes poetas cumprimentando

RAUL SEIXAS cantava MALUCO BELEZA

14/07/2010

BARUC
Enviado por BARUC em 20/07/2010
Código do texto: T2389097
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