Renovo-me a cada instante
Escorre o tempo
Por rio infindo
Não pára, nem volta,
Não espera ou percebe
Que eu me renovo!
Em células,
Em sonhos
E no pensar.
Como as águas
Do imenso mar,
Trazidas pela
Dança do vento.
Escorre o tempo,
Mas, eu renasço
Em novas células.
Como um rio
A mudar suas águas,
Como a estrela que
Nasce ao longe,
Ou o cometa
Que no vazio vaga.
Escorre o tempo
Eu me renovo
Como as árvores
Numa nova estação
Onde o verde toma
O lugar do marrom.
É quando eu vejo
Um mundo inteiro
Em constante mutação.
Escorre o tempo
Eu me renovo
E perco a imagem
Do que eu fui.
Como pegadas
Em branca areia
Aproximando-me
A cada dia
Da fria morte
Que me seduz.
Rio de Janeiro, 17 de julho de 2010.