Do romantismo da futura amada

Tu sabes, futura amada:

Na linha divisória

Entre a vida e a morte,

Entre o ser e o não-ser,

Todos vivemos.

E o verde do nosso prado,

Às vezes inesperado se torna cinzento,

Quando as fábricas da dor e do ódio

Jogam os seus detritos

Sobre as águas límpidas das nossas esperanças...

Por isso, futura amada,

Não mates o romantismo dentro de ti,

Mesmo enjaulado pelo estresse.

No ônibus, no trem ou no automóvel,

Põe o romantismo do teu lado,

Segura-o pela mão ou passa-lhe o cinto de segurança..

E se tiveres que escolher

Entre o cartão de crédito e o sonho,

Fica com os dois!...

Antes e depois, futura amada,

Dos inefáveis gozos de um corpo

Que se entrega a um outro,

Pelo qual se alucina de amor e de paixão,

Envolve de romantismo este teu louco tesão!.

Para que, corpos suados e desejos saciados,

Persista sempre a vontade de declarar,

Em carícias suaves e palavras emocionadas

O que nunca é demais ou supérfluo: “Eu te amo!”

É preciso construir,

Na avenida dos nossos corações,

Ao lado de imponentes arranha-céus

E suntuosos apart-hotéis,

Uma casinha branca,

Com flores da janela...

E espera-me lá, futura amada,

Sempre com os olhos crescidos de saudade....

( Antonio Maria/ São Luís – MA, 2006)

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 12/09/2006
Reeditado em 11/11/2008
Código do texto: T238560
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