Canto à Iracema
Por fim cai formosa dama
O filho de sua alma nos braços,
Os lábios sequiosos de amor...
Não maravilhavam tal regalo.
Desfaz, na brisa o mavioso olhar,
Com ele se perdera o canto
O verde que outrora lhe saudara...
Guarda agora todo o pranto.
Tenaz se ouve tal pocema.
Do guerreiro que anda só,
Pelos olhos de Iracema
Em idos sorrisos divisa o pó.
Audaz, virgem tu foste
A nadar por cristais de água,
A cantar por verdes campos,
A emprestar beleza aos bosques.
O segredo guardou da jurema,
Em seu colo o apogeu da beleza,
Mistérios, os teus olhos faceavam
Aos doces sonhos de Iracema.
Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2010.