UM QUERER
Pudesse eu invadir
aqueles sótãos secretos
retirar os dardos
das flechas desabridas
das noites insípidas
sombreadas na memória
dos incônscios apelos.
Quisera,
feito brisa suave de canção
desatar as amarras
soltar o laço das palavras
represadas como um rio
que esconde do próprio álveo
o seu ímpeto de ebulição.