Das terras Cabrais

As vezes penso em mar

Como se me atropelassem as ondas

E cortassem de sal minha carne

Penso em mar

Sem que coubesse

Mais nada pensar

Ante o ruidoso silêncio imenso

Da tempestade que se forma

Em tão distante horizonte

Sabendo que dali mais adiante

Plantei meu umbigo

Em terras Cabrais

Que da Torre de Belém

A espreita de sinal

Vigia-me também um poeta

Cujo olhar fixo da mente

Se depara com a riqueza

Desses arrecifes de corais