Lua Negra

A menina quente e prateada por dentro

Suas palavras são cálidas e tão ácidas

Quanto o aceto balsâmico que tempera

A salada crua de poemas e de versos

A Lua Negra é a sua fonte de terror

Razão do pânico e do fervor sexual

Nos numerosos ritos cultuais

De religião secular e pagã

Ou assim se faz ser, menina

E entoa uma cantiga marcada

Pelo cio, rima e ritmo encadeado

Dos versos sutis e endiabrados

Mas é também, a Lua, sua fonte e flor

De experiência psíquica transformativa

E enriquecedora do mundo interior:

Faz-te liberta da tua existência cativa

A Lua Negra a conduz diante do teu deus,

Dons mágicos e nascentes segredos da vida.

O medo, como o amor, e teus encantos

Podem se tornar um apelo para a consciência

Persistindo o contato com o medo,

Encontra-se o inconsciente, o numinoso

O desconhecido, o obscuro e o incontrolável.

Por isso, não nos desagrada hoje que a Lua Negra

Provoque ainda medo e, por que não, na noite nos seduza!

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 18/07/2010
Reeditado em 18/07/2010
Código do texto: T2384215
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