Presente do tempo
Quando eu encontrar com a velhice,
As rugas encobrirão minha experiência.
Esconderão aos olhos alheios, o que a vida me deu.
Será agora privação toda minha vivência.
Estarei perto de me tornar alguém que a morte já sofreu.
As rugas farão de mim vitima de meu desprovimento,
Dependente de minha própria carência,
Independentemente de minha jovial abstinência.
Me farão filho do meu momento.
Oh a velhice!
Quando ela vem chegando, é assim como o amor:
No começo é uma coisa boa,
Mas depois vira recalque e dor.
Ah como eu gostava daquela vida à toa!
Tomando black; como um finíssimo senhor!
No balcão, sentado
Sem a mínima preocupação, feliz, aposentado.
Estou bem! Mas não como na minha juventude!
Que tudo era trabalho,amigos,mulheres
E um pouquinho de saúde.
Com uma cabeça tão infantil quão a das crianças,
Muito quase sempre sem esperanças,
Com saudade de quando era brincadeira,
Quando nada podia me atingir.
Quando o mundo era chupeta, mãe e mamadeira,
Tirando apenas a hora de dormir.
Com medo de escuro,
Pequenino, inseguro.
Louco por uma oportunidade pra sorrir,
Pra mostrar minha transparência
Ou pra apenas existir.
Assim como quando somos velhos e "sem experiência"
Procurando a existência que não há mais de vir.