POEMA DA VIDA!


Num papel rugoso, parecendo tecido,
Numa folha amarela com palavras
Interrompidas pelo tempo (traças),
Uma letra bem desenhada e um poema
Contava uma linda história de amor.

Não era uma história qualquer
Nem um amor igual a tantos
Era um poema perfeito, feito
De princesa apaixonada

Onde num papel risonho,
Ecreveu (Páginas em branco).

O tempo se passou de pressa
Tanto tempo se passou... tantos
Caminhos contrários, tanto amor
Disperdiçado... Em uns poucos olhares,
Nenhum beijo!

Com mãos trêmulas o velho poeta
Chora diante dos versos. Versos
Que os olhos se esforçam pra  ler

Sua voz presa, vai lentamente
articulando as  palavras,

Busco
Em teu olhar
A vontade
De ter
Tua imagem
Refletida
Pra dentro
Da minha
Vida.

Busco
Na saudade


E o poeta pausa,
enchuga uma lágrima e continua...

Busco
Na saudade
Dos bons momentos
Algumas vontades

Tatuadas em pensamentos.

Retiro da tela
Sua fotografia 
Memorizo,
Acaricio,
Envolvo,
Seduzo, como num
Sonho lindo!

Quarenta anos depois o velho poeta
ainda se lembra da frase que fez:

Princesa, nossa página até pode ter ficado em branco,
mas, com certeza nunca foi tão bem escrita! 

Diante da preciosidade, quase meio século depois
uma página amarelada quase um pergaminho
com palavras bem colocadas, na memória do poeta,
continuava em branco.

Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 16/07/2010
Reeditado em 16/07/2010
Código do texto: T2382234
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