Maria ninguém
Olha-me sim
Como queira me olhar
Com o preconceito das cores
Não me queira por amor
Não me mande flores
Nem queira um abraço,
um pranto, ou até um sorriso
Não me mande cartas
falando de saudades
Não diga mentiras ou verdades
Mas se queres chorar
Não chores um tanto
Não queira que o pranto
Possa me consolar
Perdão é palavra
a boca é quem diz
Não me arrependo
de fazer o que eu fiz
Obedeci a lei da bala
Calei-me para sempre até já esqueci
Mandei até embora a alma
Todas as dores se foi da memória
Hoje sou a morta Maria ninguém!