O tio Geraldo (meu pai de criação)
Aquilo era assim como se fosse um vício
Quando ele vinha alegre do serviço
O mundo então parava
Ninguém mais falava
Para ouvir o som que ele assobiava.
Na voz havia um certo tom de arcanjo
Quando falava: vem prá cá, meu anjo
E mesmo que não as visse
Vestidas de manta
Toda menina era “minha santa’.
O rosto assumia um jeito assim de muito sério
Quando bradava: “má vá, vá, meu véio!”
E mesmo àquele que era
Da paróquia, o padre,
Deixava ele de chamar compadre.