Noites de Boemia

Um outro amor depois do beijo,
buscarás nas frias madrugadas,
abandonada e esquecida ao luar,
não terás minhas carícias chegadas.

Embora terminados ao último aceno,
nossos momentos tem muito do luar,
meu derradeiro copo, o teu veneno,
guardo comigo, quando tu voltar.

Sepulta tua boca vermelha sedenta,
ao lado de outras que a dor conhecem,
pois a minha, longe da tua ciumenta,
hoje outros amores bem reconhecem.

Pouco ve meu olhar na tua decadencia,
a noite é tua, és de ti o próprio algoz,
deixaste em meus lábios a decencia,
e buscaste na sarjeta a perfidia atróz.

Malgaxe