ENTARDECER
As nuvens no firmamento se acendem como tochas;
Brumas formam desde o alto uma cortina de algodão dourada;
E na linha que separa terra e céu desce a esfera colorada;
Despejando sua luz amarela, incendiando as formas em chamas;
E no horizonte mergulhado no bronze que o sol nos lança;
Duas asas em “V” se distanciam ao longe bem lentamente;
E a gloriosa harpia observa o entardecer imponente;
Sobre as folhas negras da araucária onde o olhar alcança;
E mais acima, mancha o céu do crepúsculo uma nova cor;
Que norteia o palato celestial a um tom azul anil;
E consigo trás as estrelas, jóias delicadas da qual a cor não se definiu;
E entre esses dois pólos que intercalam o dia e a noite;
Encontra-se o entardecer, o lusco-fusco do poente;
A chegada das luzes negras da noite às claras luzes do dia que partiu.