Feira de Meninos

Os meninos correm pela feira

Dez, onze, doze anos... guris

Manobrando por entre os becos apertados

Seus carros sem volantes, nem direção

As mãos inocentes, porém calejadas

Carregam diversos alimentos

Mas todos são como o limão:

Frutos amargos da crueldade humana

As mesmas mãos que carregam

São as que sonham

Em pilotar carros menos pesados

Carros fechados, com volante e portas

E quem sabe até guiar seu próprio destino

Mas o sonho acaba num grito:

- Vamo com isso minino. Tô com pressa!

Bem vindo de novo ao mundo de ilusão.