Vento que passa, passando...

Vento que passa, passando

Passado em formas de tantos,

Tantos são os cheiros,

Para cada imagem que passa

No passo que atravessa

O largo da calçada, passante

Cheiros distintos, ávido inventário

Que toca tão fundo, lembranças

A carne que arrepia no toque

Cheiros deixados pelos cantos

Recantos de choros de cheiros perdidos

Encontros de águas de mais perfumadas

Aquilo que esquecemos debaixo de tudo

Em pó pelo tempo que não mais se mexeu

Ralhados pela pressa de ir vivendo

Com outras pátinas que se criam

Sem os mudar tais cheiros

Ah! uma nova fragrância no ar

E na retina um brilho a sorrir

O bom da vida tem um cheiro doce!

Peixão89

Ensaio inspirado no poema "Cheiros" da amiga Silvane Saboia.

Peixão
Enviado por Peixão em 10/06/2005
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