A Canção

Hoje é o dia que nos faz querida

Os fatos passados nos abrem a ferida

E o canto pungente da alma descrente

Fenece os sonhos e abre a emoção

Nos coloca em palco e revela ilusão...

É dia que se faz minha heroína

Fenecem os sonhos de partida

E a emoção se erige de ruínas,

E o canto pungente silencia a mente

De repente pára o coração, ablução...

Os botões nos apertam, divina

Saias justas atrapalham a corrida

E o impávido claustro e aguerrida

Nos tolhe os sonhos e a vida

E encuba a graça de uma bailarina...

E o toque de música sutil e pungente

Faz crescente o amor em nossos corações...

Caminhemos convictos e mormente

Passo a passo nos olhos alegremente

E o verbo se faz em mundo e alegre canção....

Beije-me e regaste nossas feridas

Cure-me o amor e dê-me acolhidas

Dos meus cacos em meu peito e na absida

E repouse e em ti a suave emoção

Transmutando o estado abjeção...

Deixe-me vagar no andar de sua mente

Postar em teu seio minha visão ferozmente

E poder recolher de ti o passado e do claustro

Nos pegarmos loucos, nos amarmos no plaustro

A paixão felizmente e o austro no peito da gente

Meus dedos te invadem e premente a sua surdina

Gritos e aplausos são frutos de complacente bordina

E a noite entoa em teus tons uma bela e suave canção

Minhas mãos em ti tocam a melodia em laudina

E explode o decente gemido em estridor de paixão

Já é quase manhã minha querida

O tempo urge e impele a partida

Minha pele incandesce em ferida

Meu amor é de ti o puro preceito

O ardor fatigante em meu peito

Hoje é o dia e se desfaz querida

Os fatos nos cobrem em batida

E o canto perene da almas viventes

Reconstrói os sonhos e a comoção

Da razão que nos faz indigentes

Não chore querida,

Não esfrie sua paixão,

Pois o tempo é célere

Logo a noite me espere

E te faço outra canção

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 15/07/2010
Reeditado em 15/07/2010
Código do texto: T2378214
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.