à Pessoa em mim
Isso realmente não é nada.
Nada é o que parece.
Se se dá valor demais às coisas
é porque ainda não se pode ver
o valor de se poder ver
ser visto
existir
pronto e úmido:
o medo é como uma faca que separa a covardia e a sabedoria.
num ato,
o fino
instante
quase clínico
com o cínico
olhar parado
e duvidoso
dúbio
olho torto
nada é o que parece
tudo é o que existe enquanto se pode
sentir com a verdade e a emoção
do bater frívolo das veias
no comboio
que se chama
coração.