Obsolescência humana (Da criação da inteligência artificial)
Criei-te meu filho,
Com todas as forças.
Dei-te pulsante vida,
Razão e pleno pensar.
Uma cópia atualizada
De mim, fiz de ti.
Galgando desse modo
O mundo a ti entregar.
Com um mundo novo
Sonhei em teu crescer,
Onde pudéssemos
Juntos ver o alvorecer.
Fiz-te melhor que eu
Melhor que todos.
Em engrenagens
Que movem os sonhos,
Em breves sinapses
Criei-te dono,
De tudo que existe aqui.
Apenas uma coisa, esqueci.
De pôr em ti sentimentos,
O poder do amar e sentir.
Coisas que só eu poderia.
Agora em teu âmago,
Perdura a certeza,
Que és mais evoluído
E não pertence a mim.
Rio de Janeiro, 2 de fevereiro de 2010.