Poesia sobre o caos

Ouça o meu clamor

Nessa voz rouca

Que o ar transmite.

Veja meus olhos,

o que eles dizem,

já quase cegos,

já quase loucos…

Escute meus gritos de desespero,

Todo amor que anseio em tê-lo,

Que como os sonhos

Tornam-se pó.

Veja só como é a vida,

minhas pobres e feridas,

ainda tem a delicadeza

de perfumar as folhas

com minhas palavras.

Logo eu,

um ser de corpo escarnecido,

misero ser consumido

pelas enfermidades que trazem a vida.

Ainda sonho,

parece estranho,

mas nele sou mais forte,

que minhas dores…

Mas quando acordo

a ferida exposta do meu coração,

e as correntes que me prendem

a esta realidade estranha que me agride

me batem a face,

para que eu volte a realidade.

depois de alguns drinks

ainda consigo sorrir

e mentir para mim mesmo

sobre a alegria da vida.

Antes de dormir eu era jovem

mas o monstro do tempo

roubou minha juventude,

Antes que eu pudesse questioná-la

a locura tomou-me os sonhos,

e invadiu minha realidade,

já não sei mais o que é verdade.

Este sol cinza que contorna o céu,

Ou as estrelas de papel coladas em minha parede.

Diante de tudo

tenho sede,

sede de verdade e de mentira…

Tudo parece um teatro

que se desenvolve ao meu redor,

e eu esqueci a minha parte do roteiro.

Será que serei o ultimo

ou o primeiro

a cavar a cova

que se lançara meu corpo.

Ainda tenho ideias,

e desgostos,desejos súbitos

de um ser humano.

preso em enganos

que fantasia uma certa força

que nos aprisiona dentro de nós mesmo.

As vezes a frente de meu espelho

Observo as marcas no meu rosto,

queria saber quem habita em meus olhos.

queria saber quem vive em mim.

Sou um sábio ou um louco,

nesse mundo de máscaras coloridas.

Nesse universo de histórias esquecidas,

e milhares de outras forjadas.

Quanto mais penso que sei de tudo,

vejo que não sei de nada…

As perguntas borbulham em meus pensamentos,

meus olhos ardem…meus lábios secam.

Queria entender o motivo auto-flagelação

Dos nossos vícios, dos nossos risos...

Das nossas esperanças,

que sempre acabam em prantos.

Aos olhos do mundo

as estrelas são anjos…distantes

incapazes de impedir

nossa auto-destruição.

O homem chora,teme,ama.

Mas não entende o valor e a intensidade

dessas emoções.

Vivemos de farsas tão bem feitas que acreditamos

Olhe os meus olhos

estão brilhando

como o sol,e carregados de prantos…

Como todos os homens não sou santo,

mas prefiro acreditar que mesmo preso a maldição da velhice

Ou a impiedosa dor do esquecimento

Deus olhará por mim por um momento,

e me dirá que estarei salvo.