MOTO-PERPÉTUO
Quando falo ou me calo
eu te amo
sem intervalo.
Quando te beijo ou só desejo
eu te amo
num arpejo.
Quando ficas ou não vens
eu te amo
sem poréns.
Quando chegas e não vais
eu te amo
ainda mais.
Quando me dás ou me negas
eu te amo,
burlo as regras.
Quando avanças ou recuas
eu te amo
além das falcatruas.
Quando me chamas e reclamas
eu te amo
e, em ti, todas as damas.
Quando te amo eu não amo
o que já amei;
amo sempre o que verei.
Lina Meirelles
Rio, 13.07.10
(para o Forum - Poesia on line - Mote: Soneto XLIV – Pablo Neruda)