QUANDO A ESPERANÇA FENECE

Quando a esperança fenece

a estrela torna-se cadente,

e a linha do horizonte escurece;

Quando a esperança fenece,

é tempo de frio,

é fogo sombrio que não aquece;

Quando a esperança fenece,

resta o vazio, o nada,

a emoção emudece,

a alegria entristece;

Quando a esperança fenece,

nasce no parto da dor, a angústia,

a solidão bate, aparece;

Quando a esperança fenece,

perde-se a consciência e a fé,

numa oração sem prece;

Quando a esperança fenece,

a vida se retrai,

e do amor se esquece;

Quando a esperança fenece,

o luar perde o brilho,

a luz do sol não permanece,

esconde-se no nevoeiro da desilusão;

Quando a esperança fenece,

num caminho não percorrido

a distância da felicidade cresce;

então pare e pense,

ainda que seja por um fio,

não a deixe perecer,

pois quando ela renasce,

numa fina réstia de luz,

pequena centelha que nos conduz

para um mundo de novas cores,

o sombrio desaparece no alvorecer,

o sorriso volta sorrir

cessam as dores, os dissabores,

a vida enfim, começa fluir.

11/03

Andrade Jorge

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Rio de Janeiro/Brasil

ANDRADE JORGE
Enviado por ANDRADE JORGE em 11/09/2006
Reeditado em 07/05/2018
Código do texto: T237550
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