Diário de um Vencido
Vejo ao distante
da minha solidão constante,
uma faísca fosca de esperança.
A Lembrança morta,
que tende a virar chama,
e inflamar minha alegria,
quase petrificada.
Vejo ao fim daquela estrada,
repleta de buracos
cercadas por precipcios,
minhas incertezas,
que me mostram que não me conheço.
E na fonte dos desejos,
procurei encontrar o sorriso,
ou pelo menos o motivo,
para esta minha entrega ao sofrimento.
Colhi nos jardins do lamento,
meus últimos suspiros de homem,
antes de entregar-me a fome
de ser um ser esquecido.