São minhas essas tardes
Essa brisa que invade frestas
Luz do sol que ilumina arestas
E bota cor no sabor de sentir
Inefável contemplação quieta
Como a escutar um pensamento
Que anda a gerar pensamentos
Na penumbra da imaginação

São minhas essas tardes
Forjadas de súbitos silêncios
E olhares com asas caçando
Uma beleza oculta, talvez
Nas coisas elas mesmas
Despercebida lucidez
Na viuvez das palavras
Na nudez dessa poesia

São minhas essas tardes
Invadida desses silêncios
E de olhares voadores
Com emoção feita de luz
E pensamentos de cores
Dessas palavras tão nuas
São tão minhas essas tardes
Que queria que fossem tuas
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 12/07/2010
Reeditado em 05/08/2021
Código do texto: T2373956
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