A beleza e a sabedoria

Eis a bela,

deitada

ao lado da vela

da sabedoria.

Um corpo perfeito

que anseia o conhecimento,

mas que no lamento

da sua mundaneidade,

se corroe e fragmenta.

E na doce dor que a alimenta,

o coração em poeira se desfaz.

Sobre o lago morto que aqui jaz,

a face refletida como o sol poente,

que diante da escuridão evapora.

A sabedoria não se curva diante da beleza,

Como uma estrela distante,

apenas observa os instantes,

que a velhice consome a fantasia,

Sabendo que os belos não são eternos,

enquanto os sábios jamais regridem.