Sementes do Teu Fruto (part. II)

Na volta vi que havias plantado a semente que trouxera de El Bolsón em meu quintal

E ela em uma frondosa macieira se transformou

No entanto não me permito aproximar, pois as flores que ali brotam, mas parecem as flores do mal

Personificam tudo que não quero. É uma lembrança de que meu mundo mudou

Pessoas passam e elogiam seus frutos, eu sem graça agradeço

Mas como eu a não queria ali, como desejo reaver meu antigo jardim, com meu canteiro minha rosa.

Porém não fui eu quem a plantou ali, foi tu talvez como forma de apreço

Às vezes tenho vontade de derrubar essa macieira a machadadas, fico a observá-la, me perco nessas idéias durante horas.

Mas não é possível que um arvore tão bela, seja um sinal de dissabor

Seus frutos tão perfumados

Não tragam em si ao menos um pouco de amor

A tez avermelhada de tão suculento fruto tenta a mordida,

Faz nos imaginar seu sumo doce descendo pelo canto da boca

Mas no fundo não é isso que desejo, quero me reencontrar sorrido naquela tarde perdida

29~VI~2o1o