Algo

Fui até os picos mais elevados,

e aos fossos mais profundos.

Adquiri a resistência dos rochedos,

e a dureza do diamante

assim como seu brilho

e a raridade semblante.

Tornei-me dócil como a brisa

e oscilante como o mar.

Nas noites de tempestade fui trovões e furacões

e na manhã seguinte o sol ameno que aquece.

Fui estridor e o canto que encanta os pássaros.

Tive os beijos mais doces

e as palavras mais confortadoras,

entre os desafios mais inefáveis

que a vida me colocou.

Nunca perdi a esperança

e sempre busquei meus ideais.

Obtive todas as respostas do mundo.

Mas não puder fazer nada,

ninguém as entende.

Não pude fazer nada,

ninguém as almeja.

Não pude fazer nada,

ninguém é crente.

Não pude compartilhar.

Então restou-me entrar nos micromundos

e descobrir suas verdades.

Elas cintilam nos picos e rebatem nos fossos.

E lá no fundo, no fundo...

Assim é possível fazer algo

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 12/07/2010
Reeditado em 12/07/2010
Código do texto: T2372251
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