Garrafa de Náufrago
Cada poema que escrevo
e lanço à própria sorte
é uma garrafa de náufrago
que navega na vaga poderosa
do oceano virtual.
Uma mensagem grafada
engarrafada na tela
do monitor.
Um grito de socorro
desde a ilha onde me exilo.
No oceano virtual
as ondas são velozes
e as garrafas
percorrem os site-mares
ao mesmo tempo.
Sempre outro ilhéu
um outro ao léu
ou, mesmo, um nauta
descobre uma garrafa à toa
uma garrafa à tona.
Decifra o grito de socorro
Que escorre...
Que escorre...
Que escorre...
E me socorre....