Tempos de sacrifícios


É preciso sangrar os céus
para que se desenovelem torrentes
Logo pequenos dilúvios
são alegres vozerios de rios

Apagam florestas de velas acesas
que suplicavam chuvas às lavouras
Saciam populações estorricadas

II
É preciso sangrar a noite
para que a justiça se faça às claras

E os promotores de guerras
explodam em seus colos
os próprios mísseis

III
É preciso sangrar o sol
para que de seu ventre
venha calor às geleiras dos rostos tristes

Dos escombros somem-se ombros
e surjam luzes na desesperança social

IV
É preciso sangrar meu amor
para que das despedidas
e pactos de sangue ruim
ressurjam os céus do olhar


O sofrer impuro dos adeuses
banha-se arrependido
Lambe-se tentando consumir-se

A paz lava o rosto
buscando respirar possíveis manhãs?

V
É preciso salvar o sonho de tua volta

Hospedeiro da fúria branca do amor
o poema é cão já a lamber seus cortes


                         Lançamento na 52ª Feira do Livro de Porto Alegre 
                         Dia 31 out 06, terça-feira. Das 19h30min às 21h30min – Pavilhão Central 
                         Saiba mais sobre o autor
                         www.recantodasletras.com.br/autores/rossyrberny 
                         www.editoraalcance.com.br/ROSSIR.HTM 



Rossyr Berny
Enviado por Rossyr Berny em 10/09/2006
Código do texto: T237161