COSMONAUTA DO AMOR
Inebriado em teu amor,
a cada noite
em teus lençóis,
faz de mim o sol
de teu universo.
Claridade matinal,
impiedosa que é,
no mundo capitalista,
logo cedo nos desperta,
e lança a gente,
para a dura batalha
de mais um dia de labor.
E do sol,
que explodia em (e de)
prazer em te leito,
sou reduzido
em apenas mais
uma peça do sistema:
operário padrão,
papa- hóstias dominical.
Ao menos era,
mais ou menos isso,
que rezam as convenções:
matar-se de trabalhar
para garantir a mais valia do patrão,
vivendo uma vida de vãs ilusões.
Mas para o desespero dos de cima,
se sou peça,
não sou presa.
Comunista, me rebelo,
Não aceito podres regras
e amo a vida e meu amor
plenamente.
Sigo assim o meu caminho,
Perigoso, tortuoso,
desafiando velhos papas,
reascendendo as estrelas
da alegria do viver.
Teus braços,
o cosmo de minha existência.
2005 e 2010 (para Rita, meu amor).