a máquina capitalismo

habitante sou da grande cidade

homem elétrico

movido a combustível

ajo na velocidade das máquinas

sem freio meu carro

e minhas pernas ventania

não seguro pensamento

na palma da minha mão

e sou mecânico e desligado

meu caminho de cimento (armado)

nem um pouco de aventura

eu não sonho: só componho...

sou mais um

em busca de não sei quê

sou nenhum

e sou multidão

sou do tudo

e não sou nada

apenas ensaio rotina e roteiro para não perder a condução...

e a cidade me parece domada

sem ameaças e sem medidas

apenas gesto programado

por uma máquina chamada:

capitalismo

(Alexandre tambelli, São Paulo, 22 de agosto de 2009 - 01:45h).