ABSTRATO
Lêda Torre
No abstrato do meu ser,
Vejo-te latente,
Inteiro, num ínfimo viver...
Verdadeiro, trepidante, gente!
Cresce em mim
Um desejo pacífico de dizer-te
Que flui algo tão assim...
No esforço de compreender-te;
Abstrato, estranho...
Tangente, ignorado...
O meu grito interior,
Revela-te um ser amado, abstrato...
E num efeito deletério
Esparrama- se abstrato
Numa comunicação de mistério
Eis aqui o dono de um mundo carrasco...
É difícil entender...
Tanta falácia errante,
Que não combina distorções
E que nos torna reféns
De uma sociedade de concreto,
caminhante!
Para que tanta comunicação,
Se tudo que almejamos são
Meros abstratos, se todos se
Fecham em si,
Num universo excludente, onde nesse
Mundo todo, é gente?
______São Luis-MA, maio/2010_______