Pela Janela...

Sentado, lamentava

A ausência do brilho

Por um dia passado

Recostado na desilusão

Os eflúvios dos pensamentos

Figuravam a nuvem chuvosa

Que aguardavam meus olhos

E cílios postiços da verdade ditosa

Fui ao fundo

Toquei a água

Busquei a esperança

E fiquei mudo

A atmosfera não era suave,

Fez-se em figura de uma fera,

Em tons de ilusão pangarave

A vil realidade de uma esfera

E inspirando o ar envolto

A soar tátil pelos ouvidos

Algumas figuras e gemidos

De tempo passado e revolto

Encontrei a sensação mais terna

Em meio à confusão

De um cientista de Berna,

Mas era pura ilusão...

Reclamei todas as lembranças

Figuras desde a tenra idade

Até depois de quando criança

E não encontrei sequer saudade

Tácito e esquisito,

Postado à exédra,

Senti-me esmaecido

Esquecido e pedra

A consubstanciação dos sentimentos

Do início ao fim são poucos os passos

Fervilham dúvidas em raros momentos

Pontos claros, estes não são escassos

Mas não me esqueci,

A tenra e sincera emoção,

Do Salvador na Cruz e aqui

Em meu singelo coração...

E os pingos de brilho

Estavam escorrendo,

Nas paredes descendo,

Em cintilante azul cobalto...

Em um fechar de olhos,

Uma respiração profunda,

Os momentos ficaram

Muito claros e difusos

A fatual transição consequente

A força e a perene inspiração

E o amor fulguroso e presente

Era a gota necessária da sensação...

Pela minha janela se fez um facho de luz,

Despejado por um sol resplandescente,

Viril, úmido e quente, o qual me acende,

Ascende, Aquece, Aquiesce e conduz

E todos os sopros e frases

Entoadas em meus ouvidos

Desaquecem as feridas

E explicam todas as fases

E pontuam meus gemidos

A tez iluminada,

A força do espírito,

O amor, a moral e a dor

Da alma do Salvador emanada

Curam as marcas dos espinhos

E de uma alma pungente

Só, alegre, triste e vivida

Fez-se reluzir de repente

O perdão, o amor e das feridas

A marca da emoção inteligente

E olhando pela janela,

Ao som do bater de asas,

Vi a energia que entrava por ela

Senti um cheiro de jasmim

E os eflúvios da esperança

De luz úmida de graça

Um frio confortante em mim,

Uma presença quente em brasa

Uma paixão momentânea e divina,

Banhado em ouro e regado à dádiva,

Senti ecoar com ardor a figura Paterna

Daquele Ser Uno que nos deu a vida eterna...

Alexander Herzog
Enviado por Alexander Herzog em 11/07/2010
Reeditado em 11/07/2010
Código do texto: T2370533
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