LUA

À noite a prata dos seus olhos,

que as brumas do mar ilumina,

cheia e branca, lua divina,

pelo céu estrelado velada,

pelas fluídas canções embalada,

pelo toque inocente, menina.

Lua dos contos de fada,

o mar em teu seio se acaba,

Tua luz com o dia se apaga,

Teu amor sem um beijo termina.

Anjo pálido, eis a tua sina

às noites negras foste condenada,

em gelo alvo foste encarcerada,

pelo mar que te ama e te abomina.

Sob o encanto da areia fria,

tua luz lânguida esmorece,

a terra toda, e o mar se aquece,

com o triste calor do nascer de outro dia.