O GOLEIRO que não segurou a bola da VIDA!
Menino humilde e pobre,
de origem sofrida,
ganha uma chance nobre
da escola da VIDA!
Como saber controlar
o sucesso e o dinheiro?
Não lhe ensinaram um jeito digno de amar,
com os amigos da rua aprendeu apenas a ser goleiro!
A vida lhe dá oportunidade,
nas ruas as gostosas peladas,
não aprendeu sentir saudade,
e não ouviu palavras amadas!
Novo, novo chegou ao topo,
foi para um clube conhecido,
pelas festas e pelas orgias tomou gosto,
não seguiu conselhos positivos!
Tão melhor seria
o problema, de outra forma, ter-se resolvido,
mas no seu dia-a-dia,
ele não tinha muito equilíbrio!
O palco de uma VIDA danada
com brigas e sofrimentos,
tudo decidido na marra,
levou-o a grandes tormentos!
Menino que com certeza sonhou,
foi descoberto pelo Atlético Mineiro,
pelo Coríntians passou,
no Flamengo foi goleiro!
Nos seus poucos vinte cinco vividos,
famoso ele se tornou,
pela torcida querido,
mas a VIDA lhe golpeou!
Destruiu sonhos,viveu de ilusão,
não soube dessa agonia sair,
tomou a pior decisão
e conseguiu sua carreira destruir!
O goleiro de origem singela,
que assina o sobrenome de Dores,
sofre agora a maior delas,
fruto de seus desamores!
O seu retrato em jornais de grande tiragem,
mostra que a camisa rubro-negra ele perdeu,
veste, agora, o uniforme da carceragem,
que o caminho do crime lhe ofereceu!
Vão condená-lo, com toda razão,
o goleiro que vários elogios,por suas defesas recebeu,
hoje tem a fatídica sensação,
que a bola da VIDA ele não defendeu!
O reinado do futebol lhe foi tirado,
e mudou o seu destino.
O mesmo povo pelo qual foi amado,
hoje o chama de assassino!
Adeus traves, bolas, clubes famosos,
resta-lhe apenas a decepção.
Esse é o fim de jogadores charmosos,
cujas ELIZAS lhes entregam o coração!
Poesia feita na ocasião da prisão do goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza-do Flamengo-RJ.