Velhos retratos
Triste é ver quem vai embora,
De braços dados com o vento
Sombras abraçam o jardim,
Que antes florido agora definha
Largado aos ecos do lamento.
Ando sozinho por rasos sonhos,
Entregue às nuances invernais
Imergido em dissabores,
Que agudam feridas abissais.
Palavras ressoam a todo instante
Entre os muros de meu pensar
Flagelos minh’alma dilaceram.
Descrevendo esse triste penar.
E a indiferença que agora te cinge,
Apresenta-se em teus novos atos
Tornam vãos antigos momentos,
Que hoje diviso em velhos retratos!
Rio de Janeiro, 7 de julho de 2010.