Ócio

Eu não quero acreditar que amanhã ainda lembrarei,

Se nem ao mesmo o hoje é pra ser lembrado.

Ontem estávamos sedentos

E agora já não sabemos quem somos.

Quero me deitar e me deliciar em torpor,

Pois sei que quando enfim fechar os olhos,

Despertarei pra enxergar com total lucidez

A verdade na atmosfera em que vivo,

Podemos agora dar as mãos,

Ao irmão e a irmã, a mãe e ao falecido pai

Pra saltarmos no abismo juntos,

Pois no abraço de nossas almas,

Rasgadas de uma maneira infame,

Sabemos que a mentira é mútua

Quando dizemos um ao outro que estamos bem.