Dias de Gente
Existe dias que não me sinto gente
Dia quente para enfrentar a enchente,
Dia tumultuado para a solidão,
Dia de presente sem tradição.
Nesses dias desolados
Tudo praticamente são pecados
Infortúnios consequentes do pensamento antissocial,
A culpa egocentral da derrota do ser imortal,
Sofre o desespero da sobrevivência carnal
Dias de luta sem inimigos
Dias de guerra sem atrito
O terror dos dias tranquilos,
A inconsciência da lucidez.
Muito álcool
Pouca embriaguez.
Dias retilíneos
Curva sem destino
Movimento sem ação
Natural como a fome do leão.
Não depende do querer,
Mas, do intimo desejo de poder.
Dias como este nos leva a loucura
Pouco amor e muita ternura
Todos os desejos e nenhuma censura.
Dias de pressão sem temperatura
Dias de vontade sem coragem
Dias insuficientes para a decolagem
Dia da gente ser inconsequente
Sem reflexo
Atos imprudentes.