Descansar desta poesia

Queria-me o vento nesta estrada deserta

olhando a montanha imponente

majestosa,

delírio real,

total, deste caminho empurrado, soprado por força

superior

furacão por vezes, brisa suave outras,

algumas curvas atalhos encruzilhadas subidas,

emoções em cascata contínua,

pensamento navegando farol por perto

mesmo nas tormentosas ondas, em cabos agressivos essas penínsulas

estreitas,

promontórios desconhecidos,

nada como o intratável destino em estrelas cadentes,

sem lágrimas indefinidas.

Queria-me o vento parado, silenciado

pela força avassaladora do trovão,

tremor consciente, razão revivida,

imutável labirinto,

ali sentado com pensar interrompido, longe de sintonia com o cosmos

nesse avassalador oceano, ininterruptas águas-marinhas,

apenas esta certeza de ir a caminho de casa,

descansar desta poesia.

Nkisi
Enviado por Nkisi em 08/07/2010
Código do texto: T2365869
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