ADOCICADOS & ESTIVAIS

Pelo grão que macera, túlia,

Do agreste que sobra em pó

Tina d'água do levante

Colméia está cheia, grosso e forte,

Vem das finas rosas e laranjeiras

Grão vistoso das terras de Minas

Sôfrego coar pelas idas da serra

Destrave a porteira que vem a alvorada

Suave as essências preenchem o ninho

Revoltas em lençóis das horas dormidas

O tempo compõe novas loas

Sabores para a boca no afago matinal

Tomo o gosto café do prazer

Do adro em tiras de couro

A lida ficou no passado e de ontem

Frugal é a macia manhã

Enquanto a nau toma um distante descanso

Com a terra pelos pés o caminhar entre as traves

O ar que envolve o dia pelo Sol

Espera o descortinar de breves chuviscos

Atravesso a rua entre as multidões

O olhar agora é trânsido

Pelo choque repentino do asfalto

Cumbuca de água que me falta

Estivais adocicados pela tarde

Olhando o futuro no vidro embaçado

Tantas são as janelas no olho de Andrômeda

Fumaça entre os dedos, novas paixões,

Um seio na mostra de cinema

Sua boca mais carnuda em beijos agora

O gosto do café me leva em viagem

Nesse sintético ditame de palavras

No bater da porta, batida,

Desejos vibrantes do outro lado da linha

Pirata, junkie & latino,

Tem um mar esperando minha nau.

Ao subir as amarras, a nau navega para o bom da vida!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 10/09/2006
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